Sexo, Álcool & Tyler Bates

Programada para estrear em Novembro aqui no Brasil, Californication é a bola da vez no canal Showtime, mesmo canal de Weeds e Dexter. A série nos apresenta Hank Moody (David Duchovny), um escritor fracassado viciado em sexo e álcool, que se vê obrigado a escrever novamente, após ter conseguido um enorme sucesso em um de seus livros, graça a uma adaptação horrível para os cinemas. Nesse meio tempo, Moody tem de encontrar tempo para criar sua filha adolescente precoce de 12 anos, e tentar recuperar a sua ex-mulher, que o largou.

Já devo estar sem voz de tanto elogiar Californication, ora pelo maestria do roteiro da série, ora pela atuação excelente de David Duchovny, mas outra coisa que se destaca na série é a excelente trilha sonora. Sempre fui fã de Tyler Bates, desde a primeira vez que ouvi algo dele em Dawn of the Dead, até o trabalho mais reconhecido em 300, mas dessa vez ele se superou. Junto com Tree Adams, ele tem feito um trabalho excelente na série.

A seleção de músicas que vai de Foo Fighters a Peeping Tom, passando por The Doors e Bob Dylan se encaixa com perfeição na série, e principalmente com Hank Moody. Sem mencionar as músicas compostas especialmente para a série. O efeito sinestésico causado pelas músicas é tanto que você não consegue distinguir as músicas da história e vice-versa, coisa muito bem feita mesmo.

Californication tem 10 episódios, tendo o 11º apresentado hoje a noite. Pena que as temporadas do Showtime são curtas, ou seja, é melhor confirmarem logo uma próxima temporada, se não vai ter muita viúva de Hank Moody chorando por ai.

Algumas músicas da série podem ser baixadas aqui.

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Depressão em doses homeopáticas


Saiu semana passada o CD novo do Radiohead, In Rainbows. Mesmo antes do lançamento, o cd já chamava bastante atenção pelo modo como seria comercializado. A banda está vendendo a versão para download do cd no site oficial, o que já é algo comum, se não fosse pelo preço que eles estipularam. Seguinte, você paga quanto quiser. É isso mesmo, você paga o quanto você acha que o trabalho dos caras vale, eu por exemplo, já recebi a minha "cópia do CD" por incríveis 00,00 líbras. Sim, garfei os caras sem dó.

Como a banda gravou o disco sozinha, sem gravadora nenhuma, todo o lucro do download, e da versão luxuosa do álbum vai todo para eles, mas o melhor mesmo é saber que Yorke fez tudo do jeito que queria, sem ninguém se metendo.

E o resultado de tanta indepêndencia foi sensacional. Confesso que senti falta das viagens características dos cds mais antigos, mas mesmo sendo um CD bem cru, conseguiu me cativar. All I Need e Nude foram as que mais me agradaram, com uma levada bem calma, remetendo aos tempos de OK Computer. Um exemplo perfeito da mudança do último CD para In Rainbows são as músiscas Jigsaw Falling Into Place e Reckoner, que tem o baixo e a bateria lá em cima, e o sintetizador, marca registrado da último CD, deixado de lado. Mas não se engane achando que In Rainbows não é um bom disco, Thom Yorke conseguiu, de novo, manter um clima depressivo, mesmo fazendo um CD seco e direto como esse. Vale a pena o download, com certeza.

Tái mais uma ótima bolacha lançada esse ano.

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